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A transformação provocada pela arte no hospital, sob o olhar da enfermagem

A cena é comum e se repete todas as terças e quintas-feiras no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Ao verem os arte-educadores chegando, com seu vasto repertório de histórias e músicas, os pacientes deixam de lado o turbilhão de sentimentos causado pela doença e mergulham num universo paralelo povoado apenas pelas memórias positivas de sua vida.

Sorriem, dançam do jeito que podem, conversam entre si sobre suas histórias e pedem músicas que marcaram bons momentos de sua trajetória. Assim, num piscar de olhos, seu ânimo se transforma, o ambiente se modifica e o trato com os profissionais da saúde se torna muito mais fácil.

Os profissionais da enfermagem são testemunhas oculares deste poder transformador da arte nos hospitais. Afinal, são eles que passam a maior parte do tempo ao lado dos pacientes e são capazes de saber quando as consequências da doença e da internação pesam com mais força sobre os ombros dessas pessoas.

“Às vezes o paciente está num astral ruim, com muitas coisas na cabeça (…) e a história e a música o transportam para outro lugar, para alguma memória que ele tem. Isso ajuda muito no tratamento, pois o pensamento positivo é um eixo importante para a sua melhora”, afirma Márcia Augusto, técnica de enfermagem do Icesp.

Há sete anos no Icesp, a técnica de enfermagem Fernanda Braga já presenciou inúmeras intervenções artísticas da Arte Despertar. Recentemente, um caso especial envolvendo uma pessoa querida da sua família a fez valorizar ainda mais este tipo de trabalho.

“Minha madrinha fez o tratamento aqui e veio a falecer, mas adorava o pessoal da Arte Despertar. E comentava que toda vez que vinham tocar era muito bom. Sempre pedia uma música e eles tocavam. Esses dias eles tocaram essa música e até me emocionou”, conta.

Para a técnica de enfermagem Patrícia Alves de Oliveira, os benefícios são notados não apenas nos pacientes, mas também nos profissionais da saúde. “A música num ambiente com tanta tensão traz calma, serenidade, e é algo muito positivo para a enfermagem. Sempre que podemos, interagimos junto com o paciente para trazê-lo para este humor. Faz bem para todo mundo”.

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